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A filosofia, muitas vezes considerada uma disciplina complexa e impenetrável, oferece uma multiplicidade de ideias que podem enriquecer a nossa compreensão do mundo e a nossa reflexão sobre a vida.

Mas, engana-se quem acredita que toda leitura filosófica é massiva e de difícil entendimento. Para aqueles que estão começando sua jornada filosófica, a escolha dos livros certos pode ser crucial e facilitar o acesso a esse vasto e maravilhoso mundo.

Pensando nisso, separei aqui algumas recomendações de livros de filosofia para iniciantes que desejam desenvolver o pensamento reflexivo e senso crítico. Confira a seguir!

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1.  O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder

O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder

Se você está se enveredando agora pelo universo da filosofia, “O Mundo de Sofia” é uma boa porta de entrada. Aliás, a obra cativante de Jostein Gaarder é uma viagem extraordinária pelo universo da filosofia, destinada a leitores de todas as idades.

Este romance não apenas narra a história de Sofia Amundsen, uma adolescente em busca de respostas filosóficas, mas também oferece uma série de reflexões sobre questões existenciais que todo ser humano já se fez.

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A trama se desenrola quando Sofia recebe cartas misteriosas contendo perguntas filosóficas intrigantes. Guiada por um misterioso mentor, ela mergulha em um estudo que abrange desde os filósofos pré-socráticos até pensadores contemporâneos. Ao seguir a jornada de Sofia, os leitores são apresentados a ideias filosóficas complexas de uma maneira bastante acessível.

Desse modo, os diálogos entre Sofia e seu mentor conduzem a discussões sobre ética, metafísica, epistemologia e outras áreas filosóficas, proporcionando uma compreensão abrangente do panorama filosófico ao longo da história. Justamente por isso, pode ser um bom livro para iniciantes.

2.  Convite à Filosofia de Marilena Chaui

Convite à Filosofia de Marilena Chaui

Como prediz o nome, “Convite à Filosofia” é uma obra criada para convidar leitores a uma jornada intelectual, onde as complexidades do pensamento são desvendadas de maneira acessível. Vale dizer que o livro é amplamente utilizado em cursos introdutórios de Filosofia no Brasil.

A obra abrange uma variedade de tópicos, desde a filosofia antiga até questões contemporâneas, oferecendo um panorama geral do pensamento filosófico ao longo da história. Marilena Chaui explora temas de ética, política, metafísica, epistemologia e estética, conectando ideias complexas de forma a facilitar a compreensão para aqueles que ainda estão se familiarizando com a filosofia.

Além disso, a autora enfatiza a importância da filosofia na compreensão crítica do mundo e na formação de uma consciência reflexiva. Aliás, seu estilo de escrita busca estimular o pensamento crítico e instigar a curiosidade filosófica nos leitores.

3.  Apologia de Sócrates de Platão

Apologia de Sócrates de Platão

A “Apologia de Sócrates”, escrita por Platão, é uma obra filosófica que nos conduz às raízes do pensamento socrático, revelando a notável sabedoria do grande filósofo ateniense. E, claro, sendo um clássico, não poderia deixar de entrar em nossa lista de livros de filosofia para iniciantes.

O livro apresenta um diálogo, que se desenrola no tribunal onde Sócrates enfrenta acusações injustas. Longe de se curvar diante das acusações de corromper a juventude e desrespeitar os deuses tradicionais, o mestre de Platão se defende com eloquência e destemor.

O filósofo argumenta que sua missão, designada por uma voz interior divina, consiste em questionar a sabedoria aparente, buscando verdadeiro conhecimento. Assim, a abordagem socrática de incitar a reflexão e o questionamento, também conhecida como maiêutica, confere o peso filosófico no decorrer da narrativa.

Em suma, o texto destaca a importância do método socrático de questionamento, que não apenas revela a ignorância implícita nos discursos dos outros, mas também incentiva a busca ativa por conhecimento.

4.  Ética a Nicômaco de Aristóteles

Ética a Nicômaco de Aristóteles

Essencial para quem se interessa por Ética e Moralidade, “Ética a Nicômaco”, uma obra magna de Aristóteles, é um livro de filosofia essencial para iniciantes. Este tratado, dedicado a seu filho Nicômaco, oferece uma minuciosa análise das virtudes, da felicidade e do significado da vida ética, estabelecendo os fundamentos para a ética aristotélica.

Aristóteles concentra-se na ética como uma busca pela excelência moral. Assim, o filósofo argumenta que a verdadeira felicidade reside na prática constante de virtudes, estas passíveis de serem aprendidas e não dadas como algo inato. Para o filósofo grego, as virtudes são hábitos ou disposições éticas que levam as pessoas a agirem de maneira moralmente correta. Assim, cada virtude está posicionada entre dois extremos, um excesso e uma deficiência. Por exemplo, a Coragem está no meio-termo entre a Covardia e a Temeridade.

Essa doutrina do justo meio é aplicada a várias virtudes em diferentes contextos éticos. A busca desse equilíbrio é uma abordagem prática e contextual para a ética, onde o que é virtuoso pode variar dependendo da situação.

5.  Meditações Metafísicas de Descartes

Meditações Metafísicas de Descartes

“Meditações Metafísicas”, obra célebre de René Descartes, é composta por seis meditações, as quais desvendam as complexidades do pensamento cartesiano, estabelecendo os fundamentos da filosofia moderna.

Descartes inicia suas meditações com uma abordagem única: a dúvida metódica. Questionando tudo o que é passível de dúvida, o filósofo busca alcançar um conhecimento que seja indubitável e seguro. Esse processo de dúvida radical culmina na famosa frase “Cogito, ergo sum” (“Penso, logo existo”), que se torna a base do pensamento cartesiano.

Em “Meditações Metafísicas”, o filósofo racionalista enfatiza a supremacia da razão como guia para alcançar o conhecimento verdadeiro. Desse modo, propõe que a verdade deve ser evidente e clara, distanciando-se de noções vagas e incertas. Essa busca por uma evidência clara e distinta serve como um critério rigoroso para a validade do conhecimento.

Outro aspecto crucial da obra é a dualidade mente-corpo. Descartes propõe que a mente e o corpo são substâncias distintas, cada uma com suas próprias propriedades. Essa dualidade inaugurou grandes debates filosóficos sobre a natureza da consciência e da materialidade.

6.  O Príncipe de Maquiavel

O Príncipe de Maquiavel

“O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, é uma obra que mergulha nas complexidades da política, oferecendo estratégias de liderança e governança. Este tratado, escrito no século XVI, explora os meandros do poder e da manipulação política.

Na obra em questão, Maquiavel, conhecido por sua abordagem realista e desprovida de idealismos, delineia as nuances do poder político sem adornos, o que facilita a compreensão do texto, fazendo-o um dos livros de filosofia para iniciantes mais acessíveis.

O filósofo destaca que um líder eficaz deve estar disposto a adotar táticas astutas quando necessário, priorizando a estabilidade e a manutenção do poder acima de considerações morais. Outro ponto central de “O Príncipe” está no conceito de ‘virtù’, caracterizado pela habilidade, coragem e destemor do líder para alcançar seus objetivos políticos. Além disso, Maquiavel explora a influência da ‘fortuna’, eventos imprevisíveis que moldam o destino de um governante.

Assim, a interplay entre virtù e fortuna destaca a complexidade da liderança e a necessidade de adaptabilidade diante das circunstâncias. Mas, e aí, será que os fins justificam os meios?

7.  Sobre a Brevidade da Vida de Sêneca

Sobre a Brevidade da Vida de Sêneca

“Sobre a Brevidade da Vida” é uma obra filosófica escrita pelo filósofo romano Sêneca, um dos mais destacados representantes do estoicismo. Esta obra, escrita no século I d.C., é um tratado que reflete sobre a natureza efêmera da vida humana e oferece conselhos práticos sobre como viver uma vida com propósito, mesmo diante das inevitabilidades da morte.

A obra de Sêneca é considerada um dos principais livros do estoicismo, escrito em formato de carta. Nela, o filósofo aborda a questão central da brevidade da vida e como as pessoas muitas vezes desperdiçam seu tempo em atividades fúteis e frívolas. Sêneca ainda argumenta que, ao percebermos a transitoriedade da existência, podemos direcionar nossa atenção para o que realmente importa, buscando uma vida virtuosa e significativa.

Além da reflexão sobre o tempo e a mortalidade, o filósofo romano explora os princípios fundamentais do estoicismo, uma filosofia que preconiza a aceitação serena dos eventos, o controle das emoções e o cultivo da virtude como meio para alcançar a felicidade.

“Sobre a Brevidade da Vida” também aborda a questão do vício, criticando comportamentos indulgentes e defendendo a moderação e a busca pela sabedoria. Assim, Sêneca enfatiza que o verdadeiro prazer e contentamento derivam da virtude e do entendimento da natureza humana. Com certeza um livro essencial para aqueles que querem aplicar os princípios do estoicismo em suas vidas.

Prontinho! Essa foi a nossa lista de livros de filosofia para iniciantes. Agora, se quer se aprofundar ainda mais no universo filosófico, continue explorando os nossos demais posts. Até a próxima!

Gabriel Mello

Sou doutorando em Letras e mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá. Valendo-me da alma inquieta de um filósofo e dos despropósitos de um menino que carrega água na peneira, escrevo sobre as grandes questões e temáticas da Filosofia e da Literatura.

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