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A leitura é uma fonte valiosa de conhecimento e entretenimento, mas muitas vezes pode parecer um luxo inacessível devido ao custo elevado dos livros. Contudo, é possível encontrar livros bons e baratos. Em vez de investir grandes quantias em obras recém-lançadas, explorar opções mais econômicas pode proporcionar uma experiência enriquecedora.

Até porque bibliotecas públicas, sebos e edições em segunda mão oferecem uma infinidade de títulos que combinam excelência literária e preços acessíveis. Além disso, muitas editoras e plataformas digitais disponibilizam livros bons e baratos ou até mesmo gratuitos. Assim, permitem o acesso a obras de renomados autores sem comprometer o orçamento.

Com certeza, o mercado de livros bons e baratos não apenas democratiza o acesso à leitura, mas também incentiva o hábito de ler e a descoberta de novos autores e gêneros. Portanto, com um pouco de pesquisa e curiosidade, é possível desfrutar de uma rica variedade literária sem gastar muito. Veja a seguir algumas opções para começar!

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1.  A Revolução dos Bichos – George Orwell

“A Revolução dos Bichos” é uma obra emblemática da literatura mundial, publicada em 1945. Inclusive, esse livro, que se tornou um clássico, utiliza uma fábula para criticar sistemas políticos autoritários e, mais especificamente, a corrupção do ideal socialista na União Soviética.

Nesse sentido, a história se passa em uma fazenda onde os animais, liderados pelos porcos, se rebelam contra seus donos humanos para criar uma sociedade onde todos são iguais. No entanto, ao longo da narrativa, fica evidente que a promessa de igualdade se distorce e os porcos começam a se tornar tão tirânicos quanto os humanos que eles derrubaram.

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Além da narrativa envolvente, Orwell utiliza a alegoria para oferecer uma crítica profunda e contundente sobre a natureza do poder e a facilidade com que ele pode corromper aqueles que o detêm. Sem dúvida, a obra permanece relevante, pois continua a ser um alerta sobre os perigos do totalitarismo e a importância da vigilância constante em qualquer sociedade que busca ser verdadeiramente justa e igualitária.

2.  A Arte da Guerra – Sun Tzu

“A Arte da Guerra” é um dos textos mais antigos e influentes sobre estratégia militar, datando de aproximadamente 500 a.C. Ao longo dos séculos, este livro foi além do campo de batalha e se tornou uma obra de referência em diversas áreas. Isso porque o autor apresenta uma coleção de princípios e estratégias que ensinam como vencer conflitos.

Ao começar a leitura, é possível notar que o autor valoriza a preparação e a antecipação como fundamentos essenciais para o sucesso. Assim, Sun Tzu enfatiza a importância de conhecer tanto a si mesmo quanto o adversário. Com essa metodologia, ele sugere que, ao ter pleno conhecimento das próprias capacidades e das fraquezas do inimigo, a vitória se torna uma consequência natural.

Além disso, o livro explora a importância da flexibilidade e da adaptação em meio às mudanças. Nesse sentido, Sun Tzu aconselha que o líder deve ser como a água, capaz de se ajustar a qualquer forma e de encontrar o caminho de menor resistência para alcançar seus objetivos. Com isso, ele reforça a ideia de que estratégias rígidas e inflexíveis podem levar à derrota.

3.  O Diário de Anne Frank – Anne Frank

“O Diário de Anne Frank” é uma obra profundamente comovente e poderosa, que oferece um olhar íntimo sobre a vida de uma jovem judia durante um dos períodos mais sombrios da história, a Segunda Guerra Mundial. Aliás, foi escrito entre 1942 e 1944, enquanto Anne Frank e sua família estavam escondidos em um anexo secreto em Amsterdã para escapar da perseguição nazista.

Assim, o diário revela os pensamentos, medos e esperanças de uma adolescente que, apesar das circunstâncias adversas, buscava manter sua fé na humanidade. Logo ao iniciar a leitura, percebe-se a maturidade e a sensibilidade de Anne Frank, que, mesmo com pouca idade, reflete com profundidade sobre temas como liberdade, justiça e a natureza humana.

Ademais, ela narra o cotidiano no esconderijo, as tensões entre os habitantes do anexo, a escassez de alimentos e as constantes ameaças externas. Contudo, o diário vai além de uma simples crônica dos eventos do dia a dia. Afinal, Anne expressa seus desejos, suas dúvidas e suas frustrações, revelando uma jovem com aspirações literárias e um profundo anseio por um mundo melhor.

4.  Drácula – Bram Stoker

“Drácula” é um dos romances mais influentes e icônicos da literatura gótica. Assim, a obra apresenta ao mundo o Conde Drácula, uma figura que se tornou sinônimo do vampiro na cultura popular. Com sua mistura de horror, mistério e suspense, o livro explora temas como o medo do desconhecido, a luta entre o bem e o mal, e as ansiedades sociais da era vitoriana. Especialmente em relação à sexualidade e ao poder.

Desde o início, o romance envolve o leitor em uma atmosfera sombria e inquietante. Até porque a história começa com o advogado Jonathan Harker viajando à Transilvânia para ajudar o Conde Drácula na aquisição de propriedades na Inglaterra. À medida que Jonathan se aproxima do castelo, a sensação de perigo iminente cresce, refletindo o clima de terror que permeia toda a narrativa.

Conforme a trama avança, Drácula se muda para Londres, onde começa a espalhar seu mal. Sendo assim, o livro, estruturado em forma de diários, cartas e recortes de jornais, segue não apenas Jonathan, mas também outros personagens centrais, como Mina Murray, noiva de Jonathan, e o Dr. Van Helsing, um professor holandês que lidera a luta contra o vampiro.

5.  Frankenstein – Mary Shelley

“Frankenstein” é uma obra que revolucionou a literatura de horror e deu origem a um dos mitos mais duradouros da cultura ocidental. O romance, muitas vezes considerado o primeiro exemplo do gênero de ficção científica, narra a história de Victor Frankenstein, um jovem cientista obcecado pela ideia de vencer a morte e criar vida a partir de matéria inanimada.

Contudo, o resultado de sua ambição desmedida se torna uma tragédia de proporções inimagináveis. Logo no início, a narrativa de Shelley mergulha o leitor em uma atmosfera de mistério e tensão. Assim, Victor Frankenstein, ao relatar sua história ao explorador Robert Walton, revela o caminho que o levou a se afastar de tudo o que conhecia para se dedicar inteiramente ao estudo da ciência e da alquimia.

Para ele, o desejo de ultrapassar os limites da natureza o impulsiona a realizar experimentos que culminaram na criação de uma criatura com força sobre-humana e uma aparência aterradora. No entanto, ao ver o monstro ganhar vida, Victor é tomado pelo horror e pela culpa, abandonando sua criação e desencadeando uma série de eventos trágicos.

6.  A Metamorfose – Franz Kafka

“A Metamorfose” é uma obra marcante da literatura moderna que explora temas como alienação, identidade e a absurda condição humana. Inclusive, o romance começa de maneira abrupta e impactante, com o protagonista, Gregor Samsa, acordando em sua cama e descobrindo que se transformou em um inseto gigante.

Logo após, Kafka conduz o leitor por uma narrativa que mescla o absurdo com o cotidiano. Ou seja, Gregor, antes o principal provedor de sua família, se vê preso em seu novo corpo, incapaz de comunicar seus pensamentos e sentimentos. Desse modo, essa transformação física simboliza a alienação que ele já sentia em sua vida anterior, marcada pelo trabalho opressivo e pelas expectativas sufocantes da família.

À medida que a trama avança, a relação de Gregor com seus pais e sua irmã, Grete, se torna cada vez mais tensa e distorcida. Inicialmente, a família tenta cuidar dele, mas, conforme o tempo passa, Gregor é cada vez mais ignorado e maltratado, sendo confinado a um quarto escuro e sujo. Assim, Kafka utiliza essa dinâmica para explorar a desumanização e a perda de identidade que ocorrem quando um indivíduo não consegue se conformar às normas sociais e familiares.

7.  O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë

“O Morro dos Ventos Uivantes” é uma obra única e profundamente perturbadora que explora os extremos da paixão humana e as consequências devastadoras do amor não correspondido. Assim, a narrativa se desenrola em uma região isolada e selvagem do interior da Inglaterra, onde duas famílias se veem entrelaçadas por uma história de amor, ódio e vingança que transcende gerações.

Desde o início, Brontë cria uma atmosfera sombria e carregada de tensão, refletida no ambiente agreste do Morro dos Ventos Uivantes. Então, o romance começa com o narrador, chegando à propriedade e encontrando seus habitantes, que parecem estar sob a influência de forças invisíveis. Através dos relatos da governanta e testemunha dos eventos, o leitor é transportado para o passado, onde a trágica história de Heathcliff e Catherine começa a ser desvendada.

Com o tempo, as escolhas de Catherine, especialmente sua decisão de se casar com Edgar Linton, um vizinho rico e refinado, desencadeiam uma série de eventos que levam Heathcliff a buscar vingança. Nesse sentido, ele retorna anos depois, transformado em um homem poderoso e implacável, determinado a destruir aqueles que o prejudicaram. Aliás, sua vingança não se limita a Hindley, mas se estende à próxima geração, afetando até mesmo os filhos de Catherine e Edgar.

8.  Orgulho e Preconceito – Jane Austen

“Orgulho e Preconceito” é um dos romances mais amados e influentes da literatura inglesa. Até porque a obra oferece uma crítica social habilidosa e uma análise perspicaz dos costumes e relações humanas na Inglaterra georgiana. Assim, a trama gira em torno da vida da família Bennet e, mais especificamente, das interações entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, um homem rico e aparentemente arrogante.

Logo no início, Austen estabelece o cenário para o conflito central do romance ao apresentar o Sr. e a Sra. Bennet, que têm cinco filhas e vivem em uma sociedade onde o casamento é praticamente a única forma de segurança financeira para as mulheres. Com isso, a introdução de Mr. Bingley, um solteiro rico que aluga a propriedade vizinha de Netherfield, traz esperança à família. Especialmente para a Sra. Bennet, que vê nele um bom partido para uma de suas filhas.

No entanto, a chegada de Mr. Darcy, amigo próximo de Bingley, logo complica a trama. Afinal, seu comportamento reservado e aparentemente desdenhoso cria uma impressão negativa em todos, especialmente em Elizabeth. À medida que a história se desenvolve, Elizabeth Bennet e Mr. Darcy encontram-se em várias ocasiões, e sua relação passa por uma série de mal-entendidos e julgamentos precipitados.

9.  Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski

“Crime e Castigo” é uma obra-prima da literatura russa que mergulha profundamente na psicologia humana e nos dilemas morais. Nesse sentido, o romance narra a história de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante que, desesperado e em condições financeiras precárias, decide cometer um assassinato. No entanto, usa a justificativa de que essa ação poderia ser moralmente esclarecida se levasse a um bem maior.

Esse crime, contudo, desencadeia uma luta interna intensa, levando-o a questionar sua própria humanidade e a natureza do arrependimento. Desde o início, Dostoiévski constrói uma atmosfera sombria e opressiva, ambientada nas ruas de São Petersburgo, onde a pobreza e o desespero permeiam a vida dos personagens.

Então, Raskólnikov, um protagonista complexo e atormentado, acredita inicialmente que suas ideias sobre superioridade moral o permitem transcender as normas sociais comuns. Assim, ele vê seu crime como um experimento, uma forma de testar sua teoria de que algumas pessoas estão acima das leis morais que governam a sociedade comum.

Entretanto, após o assassinato da velha usurária Aliona Ivanovna, Raskólnikov não encontra a libertação ou a justificação que esperava. Em vez disso, ele é consumido pela culpa, pelo medo e por uma crescente paranoia. No mais, a narrativa, rica em detalhes psicológicos, retrata com precisão o tormento interno de Raskólnikov, que se torna prisioneiro de sua própria consciência.

10.   Livro do Desassossego – Fernando Pessoa

“Livro do Desassossego”, uma obra fragmentária e profundamente introspectiva, escrita sob o heterônimo Bernardo Soares, é uma das mais intrigantes e complexas da literatura portuguesa. Publicado postumamente, o livro não possui uma narrativa linear ou uma trama convencional. Em vez disso, é composto por uma série de reflexões, pensamentos e sensações que revelam a angústia existencial do narrador e sua visão do mundo.

Desde as primeiras páginas, o leitor é imerso em uma atmosfera de melancolia e contemplação. Bernardo Soares, um modesto ajudante de guarda-livros em Lisboa, vive uma vida aparentemente banal, mas em seu interior carrega uma profunda inquietação. Qual? Ele vê o mundo através de uma lente de desassossego, onde cada experiência cotidiana se torna uma oportunidade para meditar sobre a condição humana, a solidão, o tédio e a fragmentação da identidade.

Ao longo do livro, a escrita de Pessoa/Soares se caracteriza por uma fluidez que muitas vezes reflete a fragmentação da própria consciência do narrador. Até porque ele salta de um pensamento para outro, às vezes sem uma conexão clara, criando uma obra que desafia as convenções literárias tradicionais. Essa fragmentação, no entanto, não diminui a profundidade das ideias apresentadas; pelo contrário, intensifica a sensação de desassossego que permeia toda a obra.

Prontinho! Esses são apenas alguns exemplos de livros bons e baratos que você pode encontrar. Afinal, investir em livros não precisa ser oneroso, e um orçamento limitado não deve restringir a busca por uma leitura enriquecedora e prazerosa. Caso queira adentrar nos livros que marcaram a história literária, conheça alguns dos principais clássicos da literatura mundial. Até a próxima!

Gabriel Mello

Sou doutorando em Letras e mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá. Valendo-me da alma inquieta de um filósofo e dos despropósitos de um menino que carrega água na peneira, escrevo sobre as grandes questões e temáticas da Filosofia e da Literatura.

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