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Os mitos gregos são narrativas fascinantes que formam a base de grande parte da cultura e da filosofia ocidentais. Essas histórias, transmitidas oralmente por gerações, revelam um rico universo de deuses, heróis e criaturas fantásticas que explicam a origem do mundo, os fenômenos naturais e a condição humana.

As lendas gregas, por meio de suas tramas complexas e personagens cativantes, exercem uma influência profunda nas artes, na literatura e no pensamento até os dias de hoje. Ao explorar os mitos gregos, adentra-se em um mundo repleto de simbolismo e significados, onde cada história oferece uma visão única sobre a moralidade, o destino e as paixões humanas.

Os deuses, como Zeus, Hera, Poseidon e Atena, habitavam o Monte Olimpo, interferindo nos destinos dos mortais e entre si, em um emaranhado de intrigas, amores e rivalidades. Os heróis, como Hércules, Perseu e Jasão, por sua vez, encarnavam as aspirações humanas, enfrentando desafios quase insuperáveis para alcançar a glória e a imortalidade. Confira a seguir os principais mitos gregos que moldaram e moldam a cultura ocidental.

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1.  A Guerra de Troia

A Guerra de Troia narra um conflito entre gregos e troianos, resultado de uma cadeia complexa de eventos. Tudo começou com o casamento de Peleu e Tétis, onde todos os deuses foram convidados, exceto Éris, a deusa da discórdia. Certamente, incomodada com sua exclusão, lançou uma maçã de ouro entre os convidados, destinada “à mais bela”.

Assim, esse gesto desencadeou uma disputa entre Hera, Atena e Afrodite. Para resolver, Zeus designou Páris para julgar qual delas deveria receber a maçã. Então, Páris, seduzido pela promessa de Afrodite de que teria o amor da mulher mais bela do mundo, escolheu-a como vencedora. Em troca, a deusa do amor fez com que Helena, esposa do rei de Esparta, se apaixonasse por Páris.

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Com isso, Páris viajou para Esparta e fugiu com Helena para Troia. Contudo, esse rapto fez com que Menelau reunisse um exército de heróis gregos, liderados por Agamenon, para resgatar Helena e punir Troia. Os gregos, então, partiram em uma longa expedição, que durou dez anos, enfrentando inúmeras batalhas.

Ulisses planejou o Cavalo de Troia. Ou seja, ele sugeriu que os gregos construíssem um enorme cavalo de madeira, oco por dentro, onde um grupo de soldados se esconderia. Após fingirem uma retirada, os gregos deixaram o cavalo como um presente para os troianos. Acreditando que os gregos haviam desistido, os troianos levaram o cavalo para dentro das muralhas da cidade.

À noite, enquanto os troianos celebravam, os soldados gregos saíram do cavalo, abriram os portões da cidade e permitiram que o exército grego, que havia retornado sob a proteção da escuridão, invadisse e destruísse Troia. Com isso, houve a queda de Troia, que marcou o fim de uma era e o início de inúmeras lendas que continuaram a inspirar poetas e escritores ao longo dos séculos.

2.  Os Doze Trabalhos de Hércules

Hércules, com sua força e habilidades excepcionais, teve um acesso de loucura induzido pela deusa Hera, o qual matou sua esposa e filhos. Então, atormentado pela culpa, ele procurou o Oráculo de Delfos para buscar a redenção. Como resposta, foi ordenado que servisse ao rei Euristeu, realizando doze tarefas que seriam quase impossíveis. Assim, o primeiro trabalho consistiu em matar o Leão de Nemeia, uma fera invulnerável a qualquer arma.

Em seguida, precisou enfrentar a Hidra de Lerna, uma serpente de múltiplas cabeças que se regeneravam sempre que eram cortadas. No terceiro trabalho, ele deveria capturar a Corsa de Cerínia, um animal sagrado de Ártemis. Logo após, o herói recebeu a tarefa de capturar o Javali de Erimanto, uma fera gigantesca que aterrorizava a região.

O quinto trabalho exigiu que limpasse os Estábulos de Áugias em um único dia, uma tarefa que parecia impossível devido à quantidade de estrume acumulado. A seguir, ele enfrentou as Aves do Lago Estínfalo, criaturas com bicos e penas de bronze. No sétimo trabalho, recebeu a missão de capturar o Touro de Creta, que havia sido enviado por Poseidon como um símbolo de sua ira.

Já o oitavo trabalho envolveu capturar as Éguas de Diomedes, animais ferozes que se alimentavam de carne humana. Em seguida, o herói foi enviado para obter o Cinturão de Hipólita, rainha das Amazonas. No décimo trabalho, teve que capturar os bois de Gerião, um monstro de três corpos que guardava um rebanho.

Então, o penúltimo trabalho exigiu que Hércules trouxesse as Maçãs de Ouro do Jardim das Hespérides. Por fim, no décimo segundo trabalho, Hércules foi encarregado de capturar Cérbero, o cão de três cabeças que guardava o submundo. Assim, esses doze trabalhos, embora extremamente difíceis, foram completados por Hércules, reforçando sua posição como o maior dos heróis gregos.

3.  O Mito de Teseu e o Minotauro

O rei Minos exigia que, a cada nove anos, Atenas enviasse sete jovens e sete donzelas como tributo para serem oferecidos ao Minotauro, uma criatura monstruosa que habitava o labirinto de Dédalo. Então, Teseu, determinado a acabar com esse ciclo de sofrimento, se voluntariou para ser um dos jovens enviados a Creta. Ao chegar a Creta, Teseu encontrou Ariadne, filha do rei Minos, que se apaixonou por ele à primeira vista.

Movida pelo amor, Ariadne decidiu ajudar Teseu em sua perigosa missão. Sendo assim, ela deu a ele um novelo de fio mágico, instruindo-o a amarrar a ponta na entrada do labirinto e desenrolá-lo enquanto avançava pelos corredores intrincados. Dessa forma, ele poderia encontrar o caminho de volta após enfrentar o Minotauro.

Finalmente, ele encontrou o Minotauro no coração do labirinto e conseguiu matá-lo, libertando assim os jovens que haviam sido enviados para o sacrifício. Após a vitória, Teseu seguiu o fio de volta até a entrada do labirinto, onde foi saudado por Ariadne e os outros atenienses. Juntos, eles fugiram de Creta, levando consigo Ariadne.

No entanto, durante a viagem de volta, Teseu tomou a difícil decisão de deixar Ariadne na ilha de Naxos.Vale dizer que existem várias versões sobre o motivo desse abandono, mas a mais comum sugere que Teseu foi instruído por um deus ou reconheceu que seu destino era outro.

Ao retornar a Atenas, Teseu foi recebido como um herói, mas a tragédia marcou seu retorno. Afinal, ele havia combinado com seu pai, que içaria velas brancas se tivesse sucesso na missão. No entanto, ele esqueceu de trocar as velas negras, que simbolizavam a morte. Então, vendo as velas negras, Egeu, acreditou que seu filho estava morto e se jogou no mar, dando origem ao nome Mar Egeu.

4.  O Mito de Prometeu

Prometeu foi um dos poucos que permaneceu ao lado de Zeus durante a guerra entre os titãs e os deuses do Olimpo. Após a vitória dos deuses, Prometeu começou a sentir compaixão pela humanidade, que vivia em um estado de ignorância e fragilidade, sem o calor do fogo ou o conhecimento para progredir.

Apesar das ordens explícitas de Zeus para que o fogo fosse mantido exclusivamente para os deuses, Prometeu decidiu agir. Até porque ele sabia que o fogo representava mais do que apenas calor e luz; simbolizava o progresso, a criatividade e a independência. Portanto, ele arquitetou um plano para roubar o fogo do Monte Olimpo. Uma noite, ele subiu ao céu, aproximou-se da carruagem de Hélio e, com um pedaço de madeira oca, roubou uma centelha de fogo.

Com ele em suas mãos, Prometeu desceu até os humanos e entregou-lhes essa dádiva divina. A partir desse momento, a humanidade começou a florescer. Ou seja, as pessoas aprenderam a cozinhar, a forjar metais e a construir ferramentas, iniciando uma nova era de civilização. No entanto, a transgressão de Prometeu não passou despercebida. Zeus decidiu punir Prometeu.

Sendo assim, Zeus ordenou que Prometeu fosse acorrentado a uma rocha no Monte Cáucaso, onde um enorme abutre, enviado por Zeus, o atacava todos os dias, devorando seu fígado. Como Prometeu era imortal, seu fígado se regenerava todas as noites, perpetuando assim um ciclo interminável de dor e sofrimento.

Apesar de seu sofrimento, Prometeu nunca demonstrou arrependimento por suas ações. Uma vez que ele acreditava que seu sacrifício havia sido justo e necessário para o avanço da humanidade. Sendo assim, o mito de Prometeu continua a inspirar reflexões sobre a busca pelo conhecimento, o desafio às autoridades estabelecidas e os sacrifícios necessários para o progresso da civilização.

5.  O Rapto de Perséfone

Perséfone, filha de Deméter, vivia feliz nos campos da Terra. Contudo, sua beleza e pureza eram tão extraordinárias que atraíam a atenção de todos, incluindo Hades. Embora poderoso, ele governava um reino isolado e desolado. Ao observá-la, Hades sentiu um desejo profundo de tê-la ao seu lado como esposa, e assim decidiu raptá-la.

Enquanto Perséfone colhia flores, a Terra se abriu de repente, e Hades emergiu de seu reino escuro em uma carruagem dourada puxada por cavalos negros. Então, ele agarrou Perséfone e a levou para o submundo, deixando para trás um campo vazio e a promessa de uma nova fase na vida da jovem deusa.

Certamente, Deméter, ao perceber o desaparecimento de sua filha, entrou em desespero. Sendo assim, ela percorreu a Terra em busca de sua filha, negligenciando suas responsabilidades como deusa da colheita. Como resultado, a Terra se tornou estéril, as plantas murcharam e a fome ameaçou a sobrevivência da humanidade.

Logo, Zeus percebeu a gravidade da situação e decidiu intervir. Para isso, ele enviou Hermes ao submundo para negociar a libertação de Perséfone. Assim, Hades, ciente de que não poderia reter Perséfone contra a vontade de Zeus, concordou em libertá-la. Todavia, antes que ela partisse, Hades ofereceu-lhe uma romã, sabendo que qualquer alimento consumido no submundo criava um vínculo eterno com aquele reino.

Ao retornar à Terra, Perséfone reencontrou sua mãe, mas o vínculo criado pela romã impossibilitou que ela permanecesse na Terra o tempo todo. Para resolver o impasse, Zeus decretou que Perséfone passaria uma parte do ano com Hades e outra parte com sua mãe. Enquanto Perséfone estivesse no submundo, Deméter sofreria por sua ausência, fazendo a Terra entrar no inverno. Quando Perséfone retornava, Deméter se alegrava e a primavera trazia de volta a vida e a fertilidade à Terra.

6.  A queda de Ícaro

Ícaro era filho de Dédalo, um dos mais habilidosos artesãos da Grécia antiga. Assim, o rei Minos de Creta contratou Dédalo para construir o Labirinto, uma complexa construção destinada a aprisionar o temível Minotauro. No entanto, após completar sua obra, Dédalo e Ícaro foram aprisionados para garantir que o segredo do Labirinto jamais fosse revelado.

Contudo, Dédalo, determinado a escapar do cativeiro e preocupado com o bem-estar de seu filho, começou a elaborar um plano ousado. Ou seja, usando penas de pássaros e cera, ele criou asas artificiais para ambos. Logo, as asas permitiriam que eles voassem para longe da ilha de Creta. Antes de partir, Dédalo advertiu Ícaro sobre os perigos: não deveria voar muito alto, pois o calor do sol derreteria a cera que mantinha as asas unidas, e não deveria voar muito baixo, pois a umidade do mar pesaria suas penas.

Com as asas presas aos braços, Dédalo e Ícaro começaram a ascender aos céus. No início, Ícaro seguiu cuidadosamente as instruções de seu pai, mantendo-se a uma altura segura. Entretanto, à medida que subiam, Ícaro sentiu uma crescente euforia. O jovem, tomado por um sentimento de liberdade e poder, decidiu desafiar os limites. Contra as advertências do pai, ele começou a voar cada vez mais alto.

Porém, a proximidade com o sol trouxe as consequências que Dédalo havia temido. Sendo assim, o calor intenso começou a derreter a cera que mantinha as asas de Ícaro unidas, fazendo com que as penas se soltassem. Sem o suporte das asas, Ícaro perdeu o equilíbrio e, incapaz de se sustentar no ar, caiu em direção ao mar. Dédalo, impotente, observou a queda trágica de seu filho, que terminou no mar Egeu.

7.  O mito de Narciso

Narciso, filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope, era um jovem de beleza incomparável, tão encantador que todos que o viam se apaixonavam por ele. No entanto, Narciso não demonstrava interesse em ninguém, rejeitando todos os que tentavam conquistá-lo. Entre aqueles que sofreram com a frieza de Narciso estava Eco, uma ninfa da montanha que havia sido amaldiçoada por Hera a repetir apenas as últimas palavras que ouvia.

Quando Eco viu Narciso, ela se apaixonou instantaneamente. Contudo, ao tentar se aproximar, foi ignorada e humilhada por ele, o que intensificou ainda mais seu sofrimento. Desolada, Eco afastou-se, escondendo-se em cavernas e florestas, até que seu corpo se desfez, restando apenas sua voz. Entretanto, a rejeição de Eco não passou despercebida pelos deuses, que decidiram punir Narciso por sua arrogância e falta de empatia.

Então, Nêmesis, a deusa da vingança, interveio, conduzindo Narciso a um riacho de águas cristalinas. Ao inclinar-se para beber, Narciso viu seu reflexo pela primeira vez. Sem saber que era sua própria imagem, ele se apaixonou perdidamente. Logo, fascinado por aquela figura tão perfeita, Narciso ficou paralisado, incapaz de desviar o olhar ou de se afastar da água.

Com o passar do tempo, Narciso foi consumido por um desejo impossível de ser satisfeito. Afinal, ele tentou de todas as formas tocar a figura refletida, mas cada movimento apenas fazia a imagem desaparecer e retornar logo em seguida. Assim, a frustração e o desespero tomaram conta dele, e Narciso permaneceu ali, dia após dia, até que sua força vital começou a se esvair. Eventualmente, Narciso sucumbiu à sua obsessão, morrendo à beira do riacho. No local, uma flor delicada e branca nasceu, a qual foi nomeada em sua homenagem, o narciso.

8.  O nascimento de Vênus

Segundo a versão mais popular do mito, Vênus surgiu de uma maneira única e extraordinária, diferindo de outros deuses do Olimpo. Assim, sua história começa com uma disputa entre Urano, o deus do céu, e seu filho Cronos, o titã do tempo. Urano, temendo o poder de seus filhos, mantinha-os aprisionados no ventre de Gaia, a deusa da Terra. Logo, inconformada com essa situação, Gaia incitou Cronos a agir contra seu pai.

Então, Cronos, obedecendo à mãe, tomou uma foice afiada e castrou Urano. Com isso, o sangue de Urano caiu sobre a Terra, dando origem aos gigantes e às ninfas, enquanto os genitais lançados ao mar causaram um efeito ainda mais surpreendente. Do contato entre os restos de Urano e as espumas do mar, nasceu Vênus. O mar agitado formou uma concha de madrepérola, e, dentro dela, a nova deusa emergiu, completa e totalmente formada.

Aliás, as águas a conduziram suavemente até a costa de Chipre, onde as Horas, deusas das estações, aguardavam sua chegada. Ao tocar a terra firme, as flores desabrocharam sob seus pés, e o céu se abriu em um esplendor de luz e cor. Então, as Horas a vestiram com roupas feitas de tecidos finíssimos e adornaram-na com joias preciosas. Nesse momento, a beleza de Vênus se revelou em toda a sua magnitude, cativando a todos que a viam, deuses e mortais.

Certamente, a história do nascimento de Vênus não apenas celebra a origem de uma das deusas mais veneradas da antiguidade, mas também simboliza a força e a vitalidade do amor e da beleza como forças criadoras no mundo. Desde seu surgimento, Vênus exerceu influência sobre o comportamento dos deuses e dos homens, inspirando paixões e moldando destinos.

9.  Eros e Psiquê

Psiquê, uma mortal, atraía a admiração de todos, a ponto de os homens deixarem de adorar a deusa Afrodite e começarem a venerá-la. Afrodite, enciumada, ordenou a seu filho Eros, o deus do amor, que fizesse Psiquê se apaixonar pelo ser mais vil e desprezível da Terra. No entanto, ao vê-la, Eros foi tomado por sua beleza e, ao invés de cumprir a ordem de sua mãe, ele se apaixonou por ela.

Apesar de sua beleza, Psiquê não conseguia encontrar um marido. Desesperados, seus pais consultaram o oráculo de Apolo, que previu que ela deveria ser deixada em uma montanha, onde seria unida a uma criatura monstruosa. No entanto, ela foi levada para um palácio, onde foi tratada com grande luxo e conforto. Todavia, ela jamais poderia ver o rosto de seu marido. E, mesmo assim, ela se apaixonou por ele profundamente.

Todavia, suas irmãs ficaram com inveja e incitaram Psiquê a desobedecer seu marido. Naquela noite, Psiquê decidiu ver o rosto de seu amado. Enquanto ele dormia, ela se aproximou e percebeu que não era um monstro, mas o próprio Eros. Surpresa, Psiquê deixou cair uma gota de óleo quente sobre ele, o que o despertou.

Então, furioso por sua desobediência, Eros foi embora, deixando-a sozinha. Arrependida, Psiquê iniciou uma longa jornada, enfrentando diversos desafios impostos por Afrodite. Ainda ressentida, ela submeteu Psiquê a tarefas impossíveis, na esperança de que ela falhasse. Com a ajuda de forças divinas e animais, Psiquê superou todas as provas, demonstrando sua coragem.

No final, Eros, comovido pelo sofrimento de Psiquê e ainda apaixonado por ela, intercedeu junto a Zeus. Assim, o rei dos deuses, impressionado pelo amor de Psiquê, concedeu-lhe a imortalidade, permitindo que ela se unisse a Eros para sempre.

10.    Mito de Sísifo

Sísifo, rei de Corinto, era conhecido por sua inteligência e habilidade em enganar tanto mortais quanto deuses. Assim, sua fama de trapaceiro começou quando ele desvendou o segredo do rapto de Egina, filha do deus-rio Asopo, por Zeus. Em troca, Sísifo exigiu uma fonte de água para sua cidade que sofria de escassez.

Logo, Zeus, furioso por ter seu segredo revelado, decidiu punir Sísifo, enviando Tânato, a personificação da morte, para levá-lo ao submundo. No entanto, Sísifo enganou Tânato, aprisionando-o em correntes e interrompendo o ciclo natural da vida e da morte. Sem a morte para levar as almas, o mundo entrou em caos, e os deuses se viram obrigados a intervir. Por conta disso, Sísifo foi levado para o submundo.

Antes de ser levado ao submundo, ele instruiu sua esposa, Mérope, a não realizar os rituais fúnebres em sua morte. Ao chegar ao submundo, Sísifo convenceu Perséfone a permitir seu retorno ao mundo dos vivos para repreender sua esposa por negligenciar os ritos. Dessa forma, Perséfone, convencida por seu argumento, permitiu que ele voltasse, mas Sísifo não cumpriu sua promessa de retornar ao submundo, prolongando sua vida através da trapaça.

Eventualmente, sua sorte se esgotou, e os deuses, enfurecidos por suas repetidas tentativas de enganá-los, decidiram aplicar uma punição eterna. Então, Sísifo foi condenado: ele deveria rolar uma enorme pedra até o topo de uma colina, apenas para vê-la rolar de volta ao ponto de partida toda vez que se aproximava do cume. Assim, esse castigo sem fim representava a inutilidade de seus esforços em tentar escapar do destino e das ordens divinas.

11.     Caixa de Pandora

Como punição após Prometeu ter roubado o fogo celestial, Zeus ordenou a criação de uma mulher cuja beleza e charme serviriam como um presente sedutor para os homens. Assim, Pandora foi moldada por Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia, dotada por Afrodite com uma beleza irresistível. Além disso, Atena lhe deu roupas e habilidades, e Hermes lhe concedeu um espírito curioso.

Embora parecessem inofensivos, esses presentes escondiam um perigo. Então, Zeus entregou Pandora a Epimeteu, irmão de Prometeu, advertindo-o para não aceitar presentes dos deuses. No entanto, Epimeteu ignorou o aviso e acolheu Pandora. Como parte do presente, Zeus ofereceu a Pandora uma caixa instruindo-a a nunca abri-la. Todavia, em um momento de fraqueza, Pandora abriu, liberando todos os males que antes estavam confinados.

Com o abrir da caixa, uma série de desgraças foram liberadas no mundo. Rapidamente esses males se espalharam, atingindo a humanidade e trazendo sofrimento sem fim. Diante do caos que havia causado, Pandora fechou a caixa, mas era tarde demais; os males já haviam se espalhado pela Terra.

No entanto, no fundo da caixa, ainda restava uma pequena quantidade de algo precioso. Quando Pandora olhou para dentro, encontrou a esperança. Apesar de todos os infortúnios que haviam sido liberados, a esperança permaneceu na caixa como um consolo para a humanidade. Afinal, ela poderia ajudar a enfrentar os desafios e a manter a resiliência.

É isso! Esses mitos gregos moldaram a mitologia grega e continuam a influenciar a cultura e a imaginação ocidentais. Afinal, eles refletem as preocupações, os valores e as esperanças dos antigos gregos, oferecendo ao mesmo tempo lições atemporais sobre o poder, o amor, o destino e a moralidade. Aproveite que chegou até aqui e veja os melhores livros sobre lei da atração. Até mais!

Gabriel Mello

Sou doutorando em Letras e mestre em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá. Valendo-me da alma inquieta de um filósofo e dos despropósitos de um menino que carrega água na peneira, escrevo sobre as grandes questões e temáticas da Filosofia e da Literatura.

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